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quinta-feira, 14 de abril de 2011

Schopenhauer

Schopenhauer foi considerado o filósofo da vontade, pois acreditava que todos os fenômenos existentes no mundo são manifestações das vontades humana, caso não tenha mais vontade no mundo, então tudo mais seria extinto. Tudo o que fazemos é apriori, regida por uma vontade anterior a qualquer ação.
Para ele quando alguém, um sujeito detentor de conhecimento, se reconhece como sujeito de vontade, logo se identifica como detentor de vontade.
O sujeito do conhecimento é uno é diviso, pois não está no espaço e no tempo, mas nestes encontram se apenas os indivíduos com seus entendimentos sejam humanos ou animais. O sujeito não se temporiza, pois é ele quem vê o mundo e  o cria, o entende. E o objeto só tem valor perante nossa valorização, ele só existe pelo sujeito.
E este entendimento humano, por exemplo, sobre o mundo externo depende exclusivamente de nosso entendimento humano, sendo que ele afirma que tudo é uma representação. E nessa perceptiva de representação que a vida deve ser entendida como sofrimento e dor.
A representação do individuo é um fenômeno formado pelos dados da sensibilidade. E deste modo fala que o sujeito do conhecimento conhece, mas não é conhecido, e que a forma do objeto é o principio da razão, razão está dada pela sensibilidade. Sendo que o objeto existe sempre para o sujeito, só que o principio de razão não é pensável sem o sujeito.
A razão para Schopenhauer é mera ilusão, embora as representações do mundo sejam organizadas pela nossa razão, a “verdade” será sempre inacessível, este sendo acessível à vontade. Tirando a vontade, nada existe no mundo senão fantasias.
Porém durante nossa vida estas vontades não são sempre saciáveis é isso que causa o sofrimento e dor para Schopenhauer. Para ele nossa vida é uma sucessão de sofrimento com alguns momentos de prazer, nunca algo instável, mas nem por isso, a busca pela plenitude é ignorada, a vontade de superação deve ser maior. Em sua obra   O mundo como vontade de representação ele coloca:
“Num mundo como este, onde nada é estável e nada perdura, mas é arremessado em um incansável turbilhão de mudanças, onde tudo se apressa, voa, e mantém-se em equilíbrio avançando e movendo-se continuamente, como um acrobata em uma corda – em tal mundo, a felicidade é inconcebível. Como poderia haver onde, como Platão diz, tornar-se continuamente e nunca ser é a única forma de existência? Primeiramente, nenhum homem é feliz; luta sua vida toda em busca de uma felicidade imaginária, a qual raramente alcança, e, quando alcança, é apenas para sua desilusão; e, via de regra, no fim, é um náufrago, chegando ao porto com mastros e velas faltando. Então dá no mesmo se foi feliz ou infeliz, pois sua vida nunca foi mais que um presente sempre passageiro, que agora já acabou.” Schopenhauer
A vontade trás consigo um problema de ser a vontade indiferente à individuação, acarretando o sofrimento do outro e de si. Um corpo habitado pela vontade não vê outro senão como inanimado, um meio para satisfação como qualquer objeto, fazendo a guerra do cada um por si, ou de um contra os outros.
Para Schopenhauer isso pode ser superado pela contemplação do belo estético, capaz de ofuscar a vontade, pode “deligar-se” do mundo que é sofrimento e trazer a visão confortante da percepção artística.